Toda divindade venerada no Planeta existe com o arquétipo da Deusa e do Deus. As divindades não existiam antes que nossos ancestrais espirituais tivessem o conhecimento delas. No entanto, as energias por trás delas sim; essas energias nos criaram. Os primeiros seguidores reconheceram essas forças como sendo a Deusa e o Deus. A divindade é dupla, consistindo na Deusa e no Deus. 

Essas divindades receberam tantos nomes que já foram chamadas de os Sem-Nome. Na aparência, elas são exatamente como nós desejamos que sejam, já que todas elas são as divindades que sempre foram. A Deusa e o Deus são todo poderosos por serem os criadores de toda a existência manifestada e não manifestada. Nós podemos nos comunicar e nos contatar com eles porque uma parte de nós encontra-se neles e eles estão dentro de nós. A Deusa e o Deus são iguais; nenhum dos dois é maior que o outro ou merece mais respeito que o outro. Apesar que alguns praticantes da Wicca focarem seus rituais na Deusa e parecem esquecer por completo o Deus, esta é uma reação a séculos de religiões patriarcais sufocantes. E e a perda de reconhecimento do aspecto feminino da divindade. No entanto, numa religião baseada totalmente na energia feminina é tão desequilibrada e não natural quanto uma religião totalmente focada na energia masculina. O ideal é encontrar o equilíbrio perfeito entre as duas energias, a Deusa e o Deus são iguais, eles se completam.

A Deusa é a mãe universal. Ela é a fonte da fertilidade, da sabedoria infinita e do cuidado amoroso. Geralmente é representada pelos Wiccanos de 3 formas: A Donzela, a Mãe e a Anciã. Simbolizadas pela lua crescente, pela lua cheia e pela lua minguante. Ela é ao mesmo tempo o campo virgem, a colheira completa e a terra dormente coberta de geada. Ela dá a luz a abundância, mas como a vida é o seu presente, ela empresta como promessa da morte. A Deusa é conhecida como a Rainha do céu, a mãe dos Deuses, a Fonte divina, a Matriz Universal, a Grande Mãe, e entre outros títulos. São utilizados muitos símbolos na Wicca para honrá-la: Como o caldeirão, a taça, as flores de 5 pétalas, o espelho, as conchas, a pérola, a prata, etc. Como ela domina a terra, o mar e a lua, suas criaturas são variadas e são muitas, entre elas estão: o Coelho, o urso, a coruja, o gato, o cachorro, o morcego, o ganço, a vaca, o golfinho, o leão, a aranha e a abelha. Todas essas criaturas são sagradas para a Deusa. A Deusa tem sido descrita como uma caçadora junto a seus cães de caça, uma divindade celestial que caminha pelo céu, deixando um rastro de estrelas por onde passa. A Mãe eterna que carrega o filho; a tecelã de nossas vidas e mortes; uma anciã que caminha pela luz da lua minguante à procura do fraco e do desesperado... Porém, não importa como a enxergarmos, ela é onipresente, imutável, eterna... 

O Deus tem sido venerado por eras. Ele não é divindade severa, nem todo-poderoso, nem tampouco simplesmente o consorte da Deusa. A Deusa ou o Deus são iguais, um só. Nós vemos o Deus no Sol, brilhando forte durante o dia, nascendo e se pondo num ciclo infinito que rege em nossas vidas. Sem o sol, nossa existência seria impossível, portanto ele tem sido reverenciado como a fonte de toda a vida. O calor que dá a vida ás sementes dormentes e acelera a fertilização da terra após a neve do inverno. O Deus é também sensível aos animais selvagens, como o Deus cornífero, ele é as vezes visto com chifres em sua cabeça, que simbolizam a sua conexão com essas feras. Antigamente a caça era uma das atividades que se pensava ser dominada pelo Deus, enquanto a domesticação fazia parte do trabalho da Deusa. Os domínios do Deus incluem as florestas intocadas pelos homens, os desertos mais secos e as grandes montanhas. O ciclo anual de plantação, maturação e colheita a muito tempo está associada ao Sol, portanto os festivais em homenagem a eles feitos na Europa ainda acontecem dentro da Wicca. O Deus é a colheita completamente amadurecida, o vinho intoxicante extraído das uvas, o grão dourado que brilha no campo isolado, as maçãs suculentas penduradas em galhos verdes nas tardes de outubro. Os símbolos usados geralmente para retratar ou venerar o Deus incluem: A espada, os chifres, a lança, a vela, o ouro, o cobre, o diamante, a foice, a flecha, a varinha mágica, o tridente, o punhal, entre outros. As criaturas sagradas para ele incluem: O touro, o cão, a cobra, o peixe, o veado, o dragão, o lobo, o javali, a águia, o falcão, o tubarão, entre muitos outros. Para os antigos, o Deus era o pai do céu, e a Deusa a mãe terra. O Deus do céu, da chuva e dos raios desceu e se uniu a Deusa, espalhando sementes pela terra, celebrando a fertilidade dela. Hoje as divindades da Wicca ainda estão firmemente associadas a fertilidade.

Porém, cada aspecto da existência humana pode ser ligada a Deusa e ao Deus, eles podem ser chamados para nos ajudar em momentos de dificuldade e trazer alegria para as nossas vidas geralmente desprovidas de espiritualidade. Além disso, a Deusa e o Deus podem nos ajudar a mudar nossa vida, como as divindades são as forças criadoras do universo, nós podemos chamá-las para fortalecerem nossos rituais e abençoarem nossa magia. Novamente isso vem indireto a oposição a maioria das religiões, o poder está nas mãos de cada praticante, não em sacerdotes ou sacerdotisas especializados que realizam essas cerimônias para as massas. Isso é o que faz da Wicca um verdadeiro estilo de vida satisfatório, nós temos uma conexão direta com as divindades, não existem intermediários.